Revolução Farroupilha
Eram grandes as fronteiras platinas, defendidas pelos fazendeiros das grandes charqueadas, auxiliados pelos negros e índios catequizados pelos jesuítas. As lutas contra as altas taxas sobre os produtos aqui produzidos, tais como charque, couro, graxa e erva-mate, e as perseguições políticas fizeram com que Bento Gonçalves e outros líderes liberais se vinculassem a sociedades secretas como a Maçonaria, ou mesmo a carbonária cujo representante presente foi o Conde italiano Tito Lívio Zambecari.
Bento Gonçalves havia sido iniciado na Maçonaria em 1830, por Francisco Xavier Ferreira, tendo sido o primeiro Venerável Mestre da Loja Maçônica Philantropia e Liberdade, jurisdicionada ao Grande Oriente Nacional Brasileiro, do Passeio, fundada em 25 de dezembro de 1831. Baseado nas ações da Revolução Francesa e dos movimentos libertários da América, Bento unia-se a outros que tinham anseios por um regime liberal, amplo de liberdade.
Então, reunidos em Pedras Brancas, atual cidade de Guaíba, Bento Gonçalves e seus seguidores planificaram a invasão de Porto Alegre, sendo que na noite de 19 de setembro de 1835, aconteceu a primeira luta na ponte da Azenha. As tropas vindas de Pedras Brancas comandadas por Gomes Jardim, seguido pelo Cap. Manuel Vieira da Rocha, o Cabo Rocha, e de Viamão, comandadas por Onofre Pires da Silveira e Canto, tinham como objetivo primeiro destituir o Presidente da Província e o Comandante da Armas. Na manhã de 20 de setembro ocorreu a invasão da Capital da Província, sendo que o Presidente Fernandes Braga fugiu para Rio Grande.
Bento Gonçalves entrou em Porto Alegre no dia 21 de setembro. Desencadeou-se, assim, o movimento denominado de Revolução Farroupilha, cujo lema, trazido por Tito Lívio Zambecari e oriundo da carbonária, expressava a finalidade a ser atingida: LIBERDADE, IGUALDADE e HUMANIDADE. Quase dez longos anos se passaram até que aportasse no solo rio-grandense a paz entre seus filhos e irmãos, com Tratado de Ponche Verde.