O Brasil precisa urgentemente de rumo e de propósitos para voltar a ter um projeto de Nação. Estamos assistindo passivamente a uma disputa política sem precedentes e à deterioração da nossa economia, parecendo que nada pode ser feito. Há uma severa crise de confiança, abalando os valores morais e éticos e agravando a corrosão do tecido social.

O combate à corrupção é extremamente necessário, mas não podemos esquecer de outras necessidades do nosso País. Nem de longe imagino deixar de lado as investigações em curso atualmente e a punição aos culpados. Mas isso tudo de nada servirá se não estivermos focados, também, em educação, saúde, segurança, infraestrutura, política industrial e vários outros temas deixados de lado nos últimos tempos. Temos que trabalhar nesses temas com a mesma intensidade que combatemos a corrupção.

Nesse aspecto, penso que há muito espaço para a Maçonaria atuar, sempre de forma harmônica, discreta e sem expor a Ordem, embora todos tenham direito de se manifestar e dar sua opinião.

Para começar, entendo que devemos começar a pensar grande o quanto antes. Estamos nos reduzindo, todos, maçons e não maçons, a um assunto só, e isso está fazendo com que o Brasil perca espaço. Nossa imagem externa se desgastou, nossa moeda está se esfacelando, ou seja, conquistas fundamentais das últimas décadas vêm se perdendo com uma facilidade assustadora.

Precisamos imediatamente salvar o que há de bom e restabelecer o que foi perdido. Se o problema forem deficiências da nossa democracia, vamos tratar de aperfeiçoá-la, nem que para isso precisemos mudar o regime. Mas de maneira equilibrada, serena e com a máxima disciplina, como determinam os preceitos maçônicos.

Paulo Roberto Pithan Flores - Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul