Palavra do Grão-Mestre
Jamais em toda a história do Brasil, a desilusão foi tão intensa como a que estamos vivendo atualmente. - A decepção gerada pela corrupção, pela ganância desmedida, aliada a desonestidade incomparável na gestão da coisa pública, veio abaixo como um castelo de areia, e parece que já não há mais reduto algum onde se possa dizer que a honra e a dignidade encontrarão proteção.
Quando a Presidente da República, quase às vésperas de sua recondução a mais alta magistratura, declarou à nação que, elaborada a lista de nomes para compor seu ministério, consultaria o Ministério Público Federal para ter a certeza de que nenhum dos nomes de seu rol estivesse envolvido em escândalos de corrupção, é porque já não há o que escolher sem medo de errar. É a suprema degradação da honra e da dignidade, da moral e dos costumes.
As lideranças, aquelas que se revestem das funções dos Poderes de Estado, devem ter a consciência de que representam aqueles que os sufragaram, e não a si mesmos. Pois eles devem pensar e agir, assim como em qualquer função - preconiza a Maçonaria -, suas pessoais ambições devem circunscrever-se aos limites do interesse dasinstituições ou dos seus representados.
Por isso, humanizar o homem é um dos papéis da Maçonaria. Isso é, fazer com que respeite a si mesmo, pois aquele que a si mesmo não respeita, não pode dar aquilo que não tem. A desumanização das nações tem produzido holocaustos, A história é testemunha disso.
Quando governantes perdem a vergonha, governados perdem o respeito. Essa relação é uma via de dupla mão. O respeito é coisa que a gente mesmo se dá, não se ganha de ninguém. É preciso DAR para RECEBER.
A Maçonaria quer despertar no meio da sociedade, uma grande reflexão. - E, grandes reflexões têm produzido belas metamorfoses. - Pois, é pela transformação do homem; pela sua reconstrução; pelo seu crescimento, que alcançará a consciência de si mesmo. É preciso saber de onde vem, para onde vai e qual a sua missão. Afinal, por que existe? - Só então estará apto a instaurar o seu ideal de vida, a hierarquia das importâncias.
A sublimidade que encerra esse permanente desafio de nos vencermos a nós mesmos em nossas emoções, em nossas paixões e em nossos desejos que são todos pessoais, para proclamarmos no topo da hierarquia de nossas importâncias, o interesse do bem comum.
É claro que isto exige de cada Maçom a dedicação e o zelo aos princípios de severa moral, que se consolida pelo recíproco estímulo na prática das virtudes que enobrecem o SER, e que acabam quando tangem o interesse pessoal.
É só pela formação de seres que sirvam de paradigma no meio social em que gravitam que se há de instaurar uma nova mentalidade: a de que ser honesto não é uma vantagem; é um dever elementar. Que o erro é que merece censura e não a retidão ser festejada.
E, apesar ser, o momento de alto risco, ele nos aponta oportunidades, porque alertou a sociedade brasileira a assumir seu papel perante os destinos do País. É preciso conhecer o momento presente, ter consciência da realidade dos nossos dias, para que possamos estabelecer o que nos convém para o futuro. A Maçonaria é um formidável e inesgotável berçário de lideranças. Por sua vocação investe no homem ; na formação do seu caráter, com base nos sãos princípios da ética e da moralidade; na sua capacidade reflexiva, no discernimento de sua razão.
Respeitablíssimo Irmão Paulo Roberto Pithan Flores
Sereníssimo Grão-Mestre da G.L.M.E.R.S